Seis pessoas esperam pacientemente frente a un apartamento a que seus donos saiam para passear o cão...e enchem a casa de criatividade! |
21 de dezembro de 2006
Music for one apartment and six drummers
15 de dezembro de 2006
cabeça e sofre muito porque existe tão pouco
amor no lar e na vida familiar. Não temos
tempo para nossas crianças, não temos
tempo para darmos uns aos outros, não
temos tempo para apreciarmos uns aos outros.”
“O amor começa em casa; o amor habita nos lares e é por isso que existe tanto sofrimento e tanta infelicidade no mundo... Todos, hoje em dia, parecem estar com tanta pressa, ansiosos por grandes desenvolvimentos e grandes riquezas e assim por diante, de modo que as crianças não tem tempo para os pais. Os pais tem pouco tempo para darem uns aos outros, e no próprio lar começa a destruição da paz do mundo.”
Madre Teresa de Calcutá
8 de dezembro de 2006
Abraços, abraços, abraços!!!
Video: Free Hugs Campaign. Inspiring Story! (music by sick puppies)
Emocionados com este projecto tão inspirador, um grupo de pessoas, viu neste vídeo um excelente exemplo de alegria e amor, e decidiu organizar um encontro.
Esta mensagem chegou-me ao mail, já "altas horas". Quando fui ver, também eu fiquei profundamente emocionado. Não pude deixar de publicar de imeadiato este post!
Lembrei-me de como são raros os momentos em que nos lembramos da nossa condição de humanos, da simplicidade com que podemos gerar alegria, com um simples abraço.
Assim ao ver este grupo de amigos, que se inspiraram na iniciativa deste outro humano (que fez o vídeo), eu decidi juntar-me ao movimento e convidar todos os que puderem a fazerem o mesmo: juntem-se ao encontro, divulguem, organizem-se, reunam-se num lugar qualquer e distribuam abraços! Eu vou lá estar!
"Era uma vez... Um grupo de pessoas que decidiu juntar-se e oferecer uma tarde de abraços bem passada a partilhar o seu amor.
Convidamos a todos os interessados a juntarem-se a nós no dia 9 de Dezembro pelas 14h30 na fonte do *Rossio em Lisboa, para nos conhecermos e abraçarmos todos aqueles que passam e desejam receber um abraço nosso.
Pede-se a todos os participantes para trazerem um cartaz com a mensagem "Abraços de graça" - quem quiser levar uma câmara para gravar também é muito bem vinda.
A Seguir propõe-se irmos jantar juntos (quem quiser...) e acabar a noite no baile na Xuventud da Galicia em Lisboa.
Em caso de mau tempo, esta iniciativa passará para o sábado seguinte, dia 16."
A humanidade quando no seu melhor é uma espécie fantástica, não é?
***
Este post foi publicado em simultâneo no blog "Consciência Social"
28 de novembro de 2006
Aos sonhadores que nunca desistem!
Luis Sepúlvedra, in "O Poder dos Sonhos"
Por vezes sonhamos e encontramos nos sonhos dos "outros" o espelho daquilo que sonhámos.
Neste livro de Sepúlvedra, tenho-me (re)encontrado com esse lado sonhador, idealista, poeta, artista, conspirador e revolucionário (da consciência). Enfim, revi-me de novo nalguns dos mais belos sonhos da minha juventude.
Com os anos, muitos dos nossos sonhos acabam morrendo na praia, outros vão-se mudando para aquela parte da nossa consciência mais distante, aquela parte de nós que se esquece da essência de quem É.
Lembro-me dos muitos sonhos partilhados com companheiros, amigos e colegas de faculdade; artistas, designers, criativos, escritores, fotografos, criadores de mundos imaginários para um outro mundo diferente. Um mundo onde esta familia, esta tribo, esta comunidade, pudesse dar largas ao seu talento, as seus sonhos de um mundo mais belo, mais justo, mais equitativo, mais fraterno, mais livre. Entre tertúlias de amigos, tinhamos sonhos simples, como o de pudermos viver numa sociedade onde fosse possível a felicidade. Nada menos que isso. Onde fosse possível abraçar os nossos filhos a qualquer momento, a qualquer hora do dia, ir de bicicleta para o trabalho, sair de casa e ver o mar, andar com os pés nús no chão, trabalhar por prazer, viver todos os momentos de ócio com plenitude sem culpa nem julgamento.
Estes sonhos, eram sonhos simples, sonhos que não eram mais do que legítimos anseios de liberdade, fraternidade e igualdade. Como Supúlvedra, olho por vezes esse "passado", com alguma nostalgia. Pergunto-me por dentro - onde estão os meus companheiros de então? onde andarão os sonhadores de quem perdi o rasto?
O mais provável é que tenha sido eu a perder-me e não eles. O mais provável é que tenho sido eu a enterrar alguns dos meus mais belos sonhos de juventude. Na verdade, nunca desisti dos grandes sonhos, e já aqui escrevi recentemente sobre isso. Esse sonho maior de querer fazer a revolução da Consciência humana. Acredito hoje, pela minha própria vivência, pelo caminho percorrido, pelos sucessos e pelos fracassos, pelas alegrias e pelas tristezas, que a maior revolução a fazer é dentro e não fora de nós. Enquanto não conseguir mudar o "governo" interno da minha mente, do meu coração, enquanto a liberdade não for plena e inteira dentro de mim, dificilmente poderei partir para a revolução das Consciências do Mundo. Como dizia Ghandi, para que me torne aquilo que quero ver no mundo, tenho que Ser aquilo que quero ser no mundo.
li recentemente um livro extraordinário, de um homem, um ser humano, também ele fascinante - Augusto Curry. O livro chama-se "Nunca Desista dos Seus Sonhos", e foi uma dádiva, tê-lo encontrado na altura certa. Será mesmo provável que tenha sido o livro a "encontrar-me" a mim. O que importa, é que a mensagem contido neste livro teve um papel importante no momento em que o li. Abriu de novo as janelas da minha mente, que se tinham fechado à possiblidade de continuar sonhando.
Quantos de nós nos esquecemos dos nossos mais belos sonhos? Quanto de nós enterrámos sobre escombros de desilusões, de falhanços, de projectos por concretizar, os sonhos que nos fizeram crescer, que nos fizeram acreditar, que nos trouxeram até aqui?
Pois eu retomo a confiança nesses sonhos. Bem sei, que alguns me dirão, que as utopias morreram, que os "amanhãs já não cantam", que devemos resignar-nos ao pragmatismo, que a poesia é uma "lamechice", que o amor já é como na nossa juventude.
Bem sei a conotação que têem esse "amanhãs". Na verdade, é no "hoje" que quero continuar a sonhar, para o presente e não para um futuro que há-de vir. Aqui e agora! Com aqueles que ainda não desistiram, com aqueles que acreditam, que aprendem na queda e que crescem aprendendo com as suas falhas. Com aqueles que se guiam por valores que estão acima do sucesso a todo o custo, sacrificando inclusivé os seus sonhos.
Aos sonhadores que nunca desistem, manifesto a minha profunda admiração e gratidão. Porque sem esses sonhadores, o Mundo seria mais pobre, mais desumano, menos suportável (e também menos sutentável).
A Partilha do Indivisível
António Valente, produção de hortícolas com rega gota-a-gota do programa de micro-crédito da Associação Sol di Fogo, Patim
As objectivas de António Valente e Leão Lopes, captaram imagens a partir de Cabo Verde sobre os Objectivos do Milénio, um conjunto de oito metas de desenvolvimento específicos, a serem atingidas até 2015, fixadas na Cimeira do Milénio da ONU, que teve lugar em Setembro de 2000. Às fotografias juntaram-se os textos de Mário Lúcio, Fátima Bettencourt, Ana Paula Tavares, Teresa Montenegro, Alexandra Lucas Coelho, Carlos Narciso, Pedro Rosa Mendes, David Gakunzi. O desenho da exposição e o grafismo do livro são da autoria de Levina Valentim.
Os Objectivos do Milénio
1 - Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome
2 - Alcançar o ensino primário universal
3 - Promover a igualdade entre os sexos
4 - Reduzir em dois terços a mortalidade infantil
5 - Reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna
6 - Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental
8 - Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento
Leão Lopes, construção de diques, Associação Valverde e Organização das Associações de Desenvolvimento da Ilhas de Santo Antão, Ribeira da Torre
A Partilha do Indivisível
Imagens dos Objectivos do Milénio a partir de Cabo Verde
Iniciativa da ACEP (Associação para a Cooperação entre os Povos)
com a colaboração do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa
R. da Palma, 246
Tel: 218 844 060
E-mail: arqmun.fotografico@cm-lisboa.pt
De seg. a sex., das 10h00 às 19h00 (última entrada às 18. 30h)
Texto divulgado por: Hérve Hette
Fonte: http://blogs.publico.pt
18 de novembro de 2006
Verdade(s) Inconvenientes(s)
A verdade de cada um é apenas um pedaço da Verdade. Ninguém por si só tem o poder de ter toda a verdade. A busca da verdade, é um caminho de encontro da consciência de cada um com a consciência do Outro e de todas essas consciências com uma consciência maior, seja ela social, filosófica, ecológica ou espiritual. Juntando a verdade de cada um a outras verdades, talvez possamos estar mais perto dessa Verdade maior, mais perto de uma consciência mais universal, capaz de preservar o Planeta Terra.
Partindo desta postura, quanto à questão do que pode ser o não a Verdade, ou se o aqui irei escrever, corresponde em absoluto à verdade, ou melhor ainda, a uma Verdade absoluta; quero assumir com humildade que esta é apenas uma visão que procura contribuir com o coração, para a reflexão e para a acção em defesa do ambiente e da casa comum que todos habitamos.
O projecto "Uma Verdade Inconveniente", de Al Gore (ex-vice-Presidente dos EUA), é apenas um das muitas verdades actuais sobre o tema das alterações climáticas. Num formato de conferência, documentário, livro, site, blog, etc, é uma acção que tem sido amplamente divulgada pelos media, um pouco por toda a blogesfera, e não quero por isso debruçar-me em particular sobre esta iniciativa que tem os seus méritos, e teve inclusivé aqui neste mesmo blog, um destaque sobre as acções que todos podemos tomar.
A partir da referência a essa(s)verdade(s) inconveniente(s) procurarei reflectir, ou enfocar mais sobre as possíveis soluções, do que sobre a realidade dos problemas. Caminhos que apontem direcções, que iluminem as nossas consciências sobre que rumo podemos tomar.
Neste momento presente existem algumas verdades inconvenientes que me levam a questionar o rumo que estamos tomando no Mundo actual.
As alterações climáticas fazem parte dessas verdades indesmentíveis. Este é um tema que toma parte nas nossas vidas de forma cada vez mais evidente, mais presente. Os fogos que nos cercam durante o Verão, com as temperaturas cada vez mais elevadas (de lembrar que ano passado tivemos as temperaturas mais elevadas das últimas décadas), as chuvas que invadem as nossas casas, em cada Inverno que passa.
Não são apenas os estudos, o relatório Stern, a Convenção Mundial (ONU) mundial para o Protocolo de Quioto, as recomendações de organismos internacionais, a investigação científica, ou mesmo as profecias de várias tradições espirituais (ex: calendário Maia) ou de alguns místicos do nosso e de outros tempos (ex: Nostradamus); o que nos alerta e denuncia esta verdade inconveniente está á vista de todos. Vivemos na pele as consequências de décadas de destruição da natureza, da incúria, da falta de modelos de ordenamento, de defesa e de respeito pelo nosso ecossistema.
» Uma em cada seis pessoas no mundo vive em condições de pobreza extrema, não tendo acesso a medicamentos nem à educação básica. Por outro lado, 12% da população global - o grupo dos 22 países mais ricos do mundo - consome 80% dos recursos naturais disponíveis. Em cada três segundos que passam, morre uma criança devido à pobreza extrema.
» Em Portugal, estima-se que cerca de dois milhões de portugueses vivem no limiar da pobreza (cerca de 20% do total da população). Existem quase meio milhão de desempregados inscritos nos centros de emprego; estima-se que este seja um valor sub-avaliado, tendo em conta o trabalho clandestino, as situações precárias, até a de profissões liberais que estão a ser afectadas quer pela crise económica, pelas alterações estruturais no mercado de trabalho, assim como a globalização económica mundial.
» Preve-se que em menos de duas décadas, apenas 1/3 da população mundial terá acesso a água potável. Neste momento é do conhecimento público que grandes multinacionais como a Nestlé, estão a comprar grandes reservas de água a nível mundial. Algumas notícias chegam um pouco de todo o mundo, sobre conflitos em torno da água. Preve-se que a água será o petróleo do séc. XXI, que poderá ser a "origem" de guerras com a que se vive hoje no Iraque ou no Afeganistão (motivada pela competição dos EUA e dos países mais ricos pela posse do "ouro negro").
» Os fogos destruiram em Portugal, entre 2003-2006, segundo dados publicados em Diário da República, 240 mil hectares de floresta (valores em média). Para além do desaparecimento de centenas de espécies animais e vegetais, únicas do ecossitema que abrange o território português. Centenas de famílias viram também, as suas vidas, os seus bens, as suas habitações, as suas produções agricolas destruidas.
» As alterações climáticas poderão causar em todo o mundo "maiores consequências do que as duas grandes guerras mundias (Stern)". Portugal está entre os países mais afectados pelas alterações climáticas, sendo que parte da costa portuguesa poderá (previsivelmente) desaparecer.
» A costa portuguesa, tem visto nas últimas décadas, uma destruição ambiental de proporções incalculáveis, com construção desordenada, destruição de dunas, falésias, áreas de nidificação de aves, habitat de espécies únicas da costa Atlântica. Alguns dos maiores crimes ambientais, como a lavagem tanques de navios ao largo da costa, de combustíveis altamente nocivos para o ambiente, são comuns e tem provocado acidentes de consequências catastróficas para o ambiente, as populações e as espécies animais e vegetais únicas desta região (o caso do Prestige, foi só a ponta do Iceberg).
» A situação das reservas ecológicas nacionais (REN) está ser ameaçada sistematicamente pelos interesses económicos, tendo vindo a ser desafectadas algumas das mais importantes áreas, para ali serem desenvolvidos projectos de construção massiva (algumas violando Plano de Ordenamento do Território, outras os Planos Directores Municipais - PDM), como é o caso mais recente, em Paços de Ferreira, onde se permitiu desanexar uma área da REN para a construção de uma unidade fabril da IKEA.
Poderia continuar a enunciar centenas e centenas de outras Verdades Inconvenientes, que não chegaria a esgotá-las a todas. Mas como disse no inicio, estes são os problemas que conhecemos com os quais tomamos contacto, quer por via directa, pela nossa vivência diária dessas situações, quer pelas notícias e pela informação que nos chega através dos media, da blogoesfera, por mail ou por sms.
Perante esta realidade o que podemos fazer? Estamos condenados a desaparecer deste extraordinário Planeta, pleno de Vida, que é um verdadeiro milagre no imenso universo (e que tão pouco conhecemos)? Até quando deixaremos que estas verdades continuem? Podemos aceitar em consciência que estas verdades prevaleçam, que estes problemas persistam? Podemos aceitar como verdades absolutas, sem alternativa, as "soluções" que têem sido apontadas como inevitáveis, em termos de modelos de desenvolvimento humano.
A humanidade tem todos os recursos de que necessita para mudar estas verdades. A riqueza que existe no planeta é suficiente para acabar com todas estas situações. O dinheiro gasto num só tanque de guerra (ex: Tanque M1A2 ABRAMS custa 8 milhões de euros) poderia alimentar alguns pequenos países durante um ano!!! O talento humano, o conhecimento científico, a sabedoria milenar, todo o saber acumulado ao longo da história da humanidade, permitiria resolver muitas das doenças mortais que afectam humanos, e muitas outras espécies...
O que quer que nos esteja "reservado" no futuro, nunca o saberemos. O único momento de que temos "certeza" é o Presente, o Aqui e Agora. Por isso tomemos este momento que temos aqui e agora, para sentirmos, reflectirmos e agirmos no presente. Não precisamos de fazer uma revolução mundial. Não precisamos, necessariamente, de derrubar governos, não precisamos de combater os "Big-Brothers" deste mundo (podemos, se for essa a via que escolhemos para a acção). Começemos antes de mais por fazer a grande e maior de todas as revoluções: a revolução das nossas Consciências. Que cada um de nós faça a sua gota de água, de pequenos passos. Passos que juntos, serão certamente capazes de gerar uma grande onda de mudança (por exemplo). Que esses gestos quotidianos inspirem outros a fazer as suas próprias revoluções, que tomem nas suas mãos a necessidade de preservar a Vida no Planeta, começando na sua casa interior, com a sua ecologia interior, alargando à familia, aos amigos, aos colegas da escola, da universidade, do trabalho. Que essa mudança na consciência se reflicta na ecologia social, no lugar onde habitamos, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa localidade, na nossa região no nosso País.
Bem sei que sou um idealista, que não só acredita, mas que coloca na acção a sua gota de água. Sim, assumo que sou um sonhador, que não desiste do sonho de procurar soluções sustentáveis que possam, não necessariamente "lutar contra" as verdades que aqui descrevi, mas que tragam à consciência, outra forma de estar no mundo, que contribuia para a eliminação das causas do sofrimento e que nutram e alimentem as causas da felicidade deste maravilhoso organismo vivo que é o planeta Terra.
Acredito que neste mundo precisamos de ser muitos mais sonhadores juntos, que acreditem que um Outro Mundo Melhor é Possível. Que possamos unir-nos àqueles que já estão actuando no terreno da acção; desde acções mundiais da ONU, passando pelos empresários, aos movimentos de cidadãos em defesa da sustentabilidade, promovendo os seus princípios fundamentais: as Ecovilas, os Forúns Sociais, os movimentos contra a Fome Mundial, os movimentos que lutam pela utopia ecológica.
Que possamos comungar com todos aqueles que se juntam em movimentos de Paz, que apelam, que pedem, que oram e que rezam nos seus templos, que meditam e que seguindo a sua via espiritual, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, hindus, taoistas, xamãs, ou de qualquer outra via, unindo-se no propósito de desenvolver a Paz no mundo.
Que possamos participar com a nossa Consciência (individual, social e universal) para que este Planeta possa ser sustentável, não apenas por mais uma, mas por outras sete gerações.
O que cada esteja disposto a mudar em si mesmo, é já um primeiro (grande) passo para sermos a mudança que queremos ver no mundo (Ghandi).
Que estas verdades inconvenientes, não retirem a capacidade imensa de co-criar com o Universo um outro Mundo melhor, não só porque é possível, como também, porque é absolutamente indispensável.
Pela minha parte assumo o compromisso que não desistirei de procurar, com criatividade, as soluções que possam contribuir para que essas verdades deixam de o ser. Procurarei trazer aqui ideias, propostas, opiniões, reflexões, que espero poderem ser enriquecidas com o contributo, não só dos companheiros que aqui escrevem comigo, mas de todos os que nos lêem, dos que nos escutam, mas também daqueles que ainda não sabem desta "Consciência" (Social).
Não desistirei desta missão, não desistirei deste sonho, enquanto a Vida correr nas minhas veias, enquanto o meu coração for o tambor da música que me vem da alma, fluindo amor e compaixão pelo planeta, que é casa comum de todos os meus irmãos, humanos, animais, plantas e todos os outros seres sensíveis.
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Este Post foi publicado em simultâneo no blog "Consciência Social"
17 de novembro de 2006
A imaginação das crianças
Foi num programa da 2: "Amazing Animal Inventions", que fiquei a conhecer um dos mais prodigiosos e imaginativos inventos humanos. Neste caso trata-se de um prótotipo de uma carro completamente ecológico movido a...hamsters!!!
Calma!!!... antes que os meus queridos amigos da defesa dos direitos dos animais me trucidem (ou me ponham a pedalar nalgo semelhante a este carro - lol), deixem-me dizer que esta foi uma ideia de duas crianças japonesas, de doze anos, que participaram num concurso promovido pela "Toyota Idea Olympics". Este concurso, dirigido às escolas e universidades, premeia anualmente ideias inovadoras para o desenvolvimento de carros ecológicos, tendo sido este ano, o "Hamster Car" – o grando vencedor do "Winner of Dream Car".
Não se assustem, porque os animais não são sujeitos a maus tratos, nem são obrigados a por o carro a andar, se não for essa a sua vontade. A ideia é muito simples, valoriza a amizade das crianças pelos pequenos ratinhos, criando-lhes um espaço com todas as comodidades e conforto, desde a ventilação à alimentação passando pela área de lazer, onde os pequenos roedores, costumam brincar na roda.
O mecanismo é simples: sempre que os ratinhos brincam na roda e exercitam os seus músculos, é gerada electricidade que é acumulada numa bateria. Quando a bateria indica num sensor que está carregada, o condutor pode iniciar a marcha, e acelarar à fantástica velocidade de 12 km/h!
Direi que não sendo ainda a solução perfeita, é uma ideia de grande genialidade; claro que podemos assumir que seria preferível não usar os ratinhos, ainda que a estes não seja inflingido sofrimento. Mas que é uma solução inteligente, que nos mostra o quanto temos que aprender com a criatividade das crianças, e como estas conseguem partilhar conosco ideias que podem abrir caminho a soluções para um mundo mais sustentável.
Capital Cultural
Tudo isto para dizer que se não tivesse lido pelo menos três vezes não teria acreditado!!! - foi capa do Público, "CULTURA COM MAIS PESO NA ECONOMIA EUROPEIA DO QUE SECTOR AUTOMÓVEL". Este foi o tema de destaque escolhido, na edição de ontem, e que no interior abre com um titulo ainda mais elucidativo - "É A CULTURA, ESTÚPIDO!" - para se referir a um estudo da União Europeia que faz uma avaliação (económica, diga-se, e pasme-se!) sobre o contributo das actividades culturais para o PIB da comunidade Europeia.
Não vos vou maçar com transcrições na integra do artigo, que podem ler, se acederem ao link que vos indico. No entanto não quero deixar de, a partir notícia, fazer o meu comentário sobre este tema, tantas vezes desprezado e maltratado pelos "poderes" instituidos no nosso, e noutros países.
Para quem, como eu, se dedica desde a sua juventude à cultura (no sentido mais lato), e ouve anos e anos a fio, de que a cultura é uma coisa subsidiária da economia de um país, que o dinheiro gasto com a cultura é um custo e não um investimento, é reconfortante ler notícias assim!
Quero manifestar o meu regojizo por saber, ao contrário do que apregoam nos últimos anos muitos arautos da gestão, das finança, do neo-liberalismo, das mentes obcurantistas, dos opinion-makers, dos "marketeiros", que a cultura confirma neste estudo o seu papel indesmentível para o desenvolvimento humano, em particular na Europa.
Que os artistas, escritores, poetas, criadores, designers, arquitectos, programadores culturais, fotógrafos, realizadores de cinema, e tantos e tantos milhares de talentos, saibam elevar a sua auto-estima. Que vejam finalmente reconhecido o seu contributo inestimável para o crescimento e a sustentação da economia da Europa, berço da cultura Ocidental. Que nunca mais esqueçam que o seu papel é mais importante que alguns dos mais previligiados sectores económicos, beneficiários de largos milhões de euros dos Estados da União, como o sector automóvel (largo contribuidor para as alterações climáticas), e que o resultado do seu trabalho é gerador de verdadeira riqueza, não só imaterial, como material e tangível, reflectida na capitalização económica de um país.
Que saibam defender o direito à cultura, a partir desta realidade indesmentível, como um dos mais elementares direitos humanos, gerador de igualdade e de desenvolvimento para os povos.
Que deixemos a "vergonha", a "culpa" de lado, e de uma vez por todas assumamos orgulhosamente (nunca esquecendo a humildade) de que como agentes culturais, somos criadores de riqueza, e que esse capital (incalculável para lá de todos os estudos), é merecedor de respeito, e mereçe ser apoiado, pois só poderemos continuar concretizando o sonho de evolução da humanidade, que caminha para uma outra consciência social, mais justa e mais equitativa.
Que saibamos exigir àqueles que nos representam e detém o poder político e económico, as devidas contrapartidas, apoios e investimentos, que espelhem o contributo que damos ao desenvolvimento da Europa (a França lidera com 3,4 e Portugal com 1,4 por cento do PIB). Que os governos, e os organismos europeus, os orgãos de decisão da CE, em particular os que tutelam as finanças, reflictam sobre este estudo, e tomem medidas concretas, e passem à acção.
Que tenhamos o merecido investimento na cultura, que mais do que exigência, é uma necessidade indispensável, para a sustentabilidade das economias europeias, e um inestimável (e agora, indesmentível) contributo para o desenvolvimento sustentável do Planeta.
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11 de novembro de 2006
As 21 Leis do Universo
São algumas das Leis mais importantes do Universo.
1- Lei da Atracção: aquilo que focas a tua atenção atrais. Seja coisas positivas ou negativas. Exemplo: se fores amoroso atrais amor e experiências de amor
2- Lei da Resistência: aquilo que resistes e receias atrais uma vez mais. Assim se assegura que a pessoa se livre dos seus medos lidando com eles.
3- Lei da Reflexão: aquilo que aprecias, receias ou desgostas nos outros tens em ti, e vice-versa. A pessoa apenas projecta no outro a parte de si que não torna consciente. Aquilo que resistes em ti, receias nos outros. Alguns ramos da Psicologia actual lidam com esta lei.
4- Lei da Manifestação: tudo se inicia com um pensamento, uma ideia. Quanto mais forte, mais repetitivo é este, mais depressa e imediatamente se manifesta. O pode criativo ilimitado que temos pode ser trabalhado e assim a pessoa subir acima das suas limitações.
5- Lei do Livre Arbítrio: em última análise, somos nós que criamos totalmente os nossos destinos. Apesar de haver destino, é dada a liberdade à pessoa de agir perante os eventos como quiser. Assim, desenvolvendo consciência elevada, desapego às coisas e aos resultados e às expectativas e cultivando acções positivas, elimina-se consequências desfavoráveis e perpectivas menos positivas.
6- Lei da Consequência: tudo surge de algo original anterior, cada evento, cada pensamento causa uma consequência (positiva ou negativa ao nosso julgamento). Assim executar actos negativos atrai actos negativos e actos positivos atrai de futuro actos positivos. Exemplo: se roubares acabarás por ser roubado em algo porque causaste uma desestabilização da harmonia do sistema universo. De maneira que um dia nos cansámos dos actos negativos, acabamos mais tarde por eliminar estes por nos surgirem consecutiva e repetidamente (seja como indivíduos ou como espécie humana). A Lei decorre eternamente até a transcendermos.
7- Lei da Harmonia: deriva da anterior, porque no universo tudo tenta atingir o equílibrio e a harmonia. Veja-se o caso do Planeta Terra e da Natureza!
8- Lei da Sabedoria e Conhecimento: a sabedoria elimina as consequências negativas na vida. Exemplo: ao aprendermos a lidar com sensatez sobre as diveras coisas da vida com amor, consciência e dedicação, podemos ultrapassar a dor (e sorrir...)
9- Lei do Retorno e da Dádiva: um pouco similar às anteriores, aquilo que dás acabas por receber mais. Se dou mais amor e devoção de mim aos outros, mais receberei em retorno.
Comentário: se der soluços será que os outros vão dar também?
10-Lei da Evolução e Propósito: esta é a mais complicada de engulir para muitos cientistas. A evolução do Universo e da vida não acontece ao acaso. Existe um propósito e tudo é orquestado de um modo espantosamente inteligente. Questão: como surgiu o DNA? Como surgiu a célula?
A evolução é no sentido da Consciência, do poder criativo e de manifestação. A evolução é no sentido do Amor.
11- Lei da Energia: como afirmam os físicos e em especial os físicos quânticos, tudo no universo é energia. E toda a energia é vibração. É apenas diferença em vibração que faz diferir cada coisa e cada ser. No Universo, a energia não se cria, não se perde, apenas se transforma. Isso aplica-se a tudo, inclusivé à consciência. As diferenças na vibração fazem mudar as propriedades das coisas de forma que parecem diferentes à nossa percepção. Deste modo e evidentemente, há coisa que não são observáveis pela nossa percepção mas claro continuam e existir (exemplo: UVs, electricidade...) Deste modo, formas de ser e objectos podem não ser manifestadamente visíveis mas mesmo assim existentes! Ou não são vísiveis mas são "sentíveis"
Mais harmonia faz, de acordo com a lei anterior, propulsionarmos a patamares de evolução mais elevados por simples naturalidade do universo.
12- Lei do Desapego: é na resistência que está a causa de todos os nosso sofrimentos. Só porque resistimos com apego aquilo que já não funciona ou não é suposto possuirmos (na verdade não é suposto possuirmos nada). A aceitação das coisas, e nomeadamente da mutabilidade das coisas, dá-nos paz por sabermos que nada possuimos e tudo "desaparece" pois lentamente transforma-se. Cultivando esta atenção podemos ser mais facilmente felizes.
Comentário: é desta que as listas de compras vão reduzir-se! Lol
13- Lei da Gratitude: quanto mais dás, mais recebes. (Eu sei, eu sei, estou a repetir-me), o quanto mais dás, mais receberás (seja do que for e em que for)
Não vou brincar, mas na verdade dou muitas esmolinhas e na verdade vivo bem abastado.
14- Lei da Associação (da Exponencionalidade): simples- quando dois se juntam com o mesmo propósito ou intenção, a força é duplamente mais eficaz. Quando milhares se juntam, a força é enorme. Podemos criar satisfação global para todos deste modo.
15- Lei do Amor Incondicional: a expressão do amor incondicional proporciona mais harmonia. Passo a explicar. Amor incondicional é aquele que dás sem pedir ou esperar nada em troca. Visto que assim é livre de medos, mais espaço para amor crias e mais facilidade de expressão de amor incondicional fica estabelecida. Conselho: ideal para as relações amorosas
16- Lei da Afinidade: não me vou atrever a explicar, só digo que explica o sexo!
(tudo na vida não acontece por mero acaso, há afinidades que explicam propósitos e consequências ou o reverso, bem, não importa a ordem, perceberam não perceberam?)
17- Lei da Abundância: esta é para os políticos! E povo claro. Nós criamos a realidade que queremos. Ou melhor... Nós vemos a realidade que queremos. Mas a realidade que este universo é um universo de abundância. Veja-se a sua imensidão! Veja-se a quantidade de recursos que a Terra nos dá. Veja-se o quão pouco realmente necessitámos! Todos os seres humanos contém em si tudo e todo o potencial para fazer das suas vidas um paraíso ilimitado e de grande felicidade. No entanto a generalidade da espécie humana escolhe ver um planeta de escassez e assim cria a sua ilusória realidade. Exemplo: o planeta Terra contém 1,260,000,000,000,000,000,000 litros de água e 1,873,420,000,000 tonelada de biomassa em solo firme. Exemplo2: é muito simples plantar cenouras ou criar galinhas e as cenouras crescem à custa de 99% de água e ar. Lírico? Eu? Donde julgas que vem toda a tua comida?
18- Lei da Ordem Universal: basta estudar cosmologia (tou a brincar!.... ou não). Quando estudei biologia durante a universidade (e agradeço ao universo por tal oportunidade) fiquei surpreendido com a complexidade, ordem e propósito de todas as coisas que compõe o corpo, desde os orgãos às células, das moléculas aos átomos. Nada acontece por acaso. Tudo tem um propósito. Tudo serve outra coisa qualquer. A vida é funcional, adaptável e sustentável. Qualquer falta de balanço neste sistema apenas causa o sistema a tentar adaptar-se a ficar funcional e sustentável de novo (xiii... que erro foi ter queimado o petróleo todo). Não existem erros nem acasos como disse. Todas as lições são aprendidas e o propósito da evolução é seguido.
Como Agostinho da Silva disse: a tua maior liberdade está em escolheres seguir alegremente o teu destino, cumprindo-te.
19- Lei da Unidade: é apenas por simples ilusão humana que parecemos separados ou as nossas consciências (e existências) parecem separadas
20- Lei do Compromisso: não sabia que nome dar a esta lei. Devido à lei anterior, uma forma de consciência só consegue ser realmente livre e totalmente realizada em felicidade quando conseguir libertar e dar essa felicidade a todos os outros seres. Por virtude da lei do Propósito, parece-me que a energia do universo quer andar sempre no sentido do Amor e tal acontecerá mais tarde ou mais cedo na história do universo
21- Lei da Eternidade: na realidade não existe tempo. Basta usar um relógio e ver os ponteiros. Sim os ponteiros movem-se mas também o sol se move, também os meus dedos se movem. E também o tempo se move. Nota: onde estou eu? Aqui! Onde estava eu? Ainda estás aqui. Onde estarei eu? Olha, ainda estás aqui. Aqui, aqui, aqui. Agora, agora, agora. Já sabem a dica para viver? Amor incondicional.
10 de novembro de 2006
Quando "jogar bonito" é Jogar Bonito!
Li recentemente na revista do Correio da Manhã, um excelente artigo de opinião do 'PacMan' (vocalista dos DaWasel) - "Jogar Bonito" - a propósito desta iniciativa "inédita" vinda do mundo do futebol, e fiquei profundamente grato pelas suas palavras. Embora já tivesse tido a oportunidade de reflectir sobre esta iniciativa do 'Barca', quando vi de relance, num jogo transmitido na televisão, as camisolas do clube dos catalães, fiquei na altura com vontade de escrever sobre este assunto. O 'Pac' adiantou-se e com a sua "rima" inspirou-me para que escrevesse aqui sobre este mesmo assunto – o apoio do 'Barca' à Unicef inscrito nas suas camisolas.
Não sendo um "fã" do futebol, sou desde criança um espectador atento. Tendo sido iniciado pelo meu pai, nessas andanças de ir à "bola", aos domingos ou noutros dias especiais, no antigo estádio José de Alvalade. Fui feito sócio do clube das "riscas-verde-e-brancas" (já era tradição que vinha do meu avó) quando ainda não conseguia pronunciar uma palavra que fosse. Aos dezasseis anos deixou de me interessar ir à "bola", por razões essencialmente "políticas". Tinha começado o meu percurso juvenil nas organizações de juventude, associações de estudantes, etc. Nesse altura os movimentos neo-nazis estavam a dar os seus primeiros passos, e a violência nos estádios tinha começado a azedar. Claques do mesmo clube batiam-se entre si, vários objectos acutilantes voavam nas bancadas; um cenário a que infelizmente já nos habituamos. Mas eu não queria fazer mais parte daquele mundo. Não queria acima de tudo contribuir com o valor das minhas quotas de sócio para financiar claques neofascistas.
Afastei-me por completo do futebol. Durante mais de uma década, estive longe dos estádios, e os jogos transmitidos pela televisão não me interessavam em absoluto. Não entendia que houvessem amigos meus que podiam desmarcar um encontro, uma visita a uma exposição de arte, até mesmo uma importante reunião "revolucionária" por causa do futebol. Tornei-me alérgico. Só voltei a pisar as bancadas de um estádio durante o período quente da luta contra as propinas, e logo no antigo estádio dos "lampiões". Fui na altura com o meu melhor amigo, benfiquista ferrenho, mas para um jogo de apuramento de Portugal com um daqueles países do Báltico, a Estónia ou Letónia. A verdade é que os estudantes universitários tinham sido mobilizados pelas suas associações de estudantes, para estar nesse encontro, porque o ministro da educação iria estar presente na tribuna de honra para assistir ao jogo (na altura era o Couto dos Santos). Os estudantes procuravam nessa altura reeditar um protesto que tinha sido histórico, em Coimbra, numa célebre manifestação durante um jogo da Académica, em plena ditadura no período marcelista. Enfim, não me recordo do resultado do jogo, mas lembro que quando entrei no estádio, levava a minha determinação "revolucionária" de estar com os meus companheiros (que entretanto tinham conseguido colocar as tímidas faixas dirigidas ao ministro) num protesto que considerava justo, e não para assistir à "bola". O importante de reter aqui é o poder e a energia das massas e o como podemos ser influenciados por elas. Em pouco menos de meia hora, já estava eu de pé com o meu amigo Sérgio, saltando e pulando, gritando impropérios ao árbitro, ao fiscal de linha, ... O objectivo da luta estudantil que ali me tinha levado, passados noventa minutos quase que tinha ficado para segundo plano.
Aprendi com essa experiência que este tipo de encontros de humanos pode gerar uma energia tanto destruidora quanto criativa, geradora de profundos sentimentos de felicidade, ou de sofrimento. Vive-se e morre-se com a "bola", pela "bola", como se esse fosse um novo Messias.
Comigo, o que me levou ao afastamento, à náusea foram (e são!) os interesses por detrás da "bola". Como em todas as outras áreas da actividade humana. Perdi o interesse pela magia, pelo espectáculo. Passei a associar o futebol a algo de muito mau. Nem mesmo com o Euro 2004, a minha opinião mudou.
O facto de fazer este enquadramento, admito, pode ser uma desculpa esfarrapada para o facto de abrir este post com uma imagem da actual camisola do 'Barca'.
Desde que vi essa t-shirt, o futebol reconquistou, pelo menos em parte, o meu respeito e admiração. Quando uma marca com o brand value que tem o Barcelona assume a posição "politica" de responsabilidade social e assina um acordo exclusivo com uma organização mundial como a Unicef, está a dar uma lição ao mundo das marcas, em particular às dos clubes de futebol. Como dizia o 'Pac', no seu artigo, "isso sim é jogar bonito".
Ao invés de promover uma cerveja ou uma companhia de telecomunicações, que servem apenas os interesses económicos de uma (ou várias empresas) a troco do financiamento das equipas de futebol (e sabe-se lá que 'outros' negócios); o clube de "nuestros hermanos" dá uma lição de consciência social para o mundo empresarial ligado ao negócio da "bola". Sem deixar de fazer um excelente trabalho de marketing social, de buzzmarketing (passa-a-palavra) elevando assim o good will da sua marca, e gerando um retorno de notoriedade claramente superior ao dos seus "rivais", mostra que é possível outro caminho.
Não sei se esta acção de comunicação é financeiramente mais lucrativa que o modelo seguido por outros clubes. Sem dúvida que é uma gota de água num oceano. Mas vinda de um clube com a dimensão e projecção do F.C. Barcelona, faz a diferença e é um exemplo!
Este investimento, esta gota de água, gera certamente um outro tipo de capital que urge criar e expandir no mundo – o capital de solidariedade e da consciência social.
Não voltei a entrar num estádio, a comprar um produto ou marca ligada ao mundo da "bola", mas hoje seria capaz de ir a Barcelona e com admiração, dizer bem alto – assim vale a pena ver futebol, e apoiar aqueles que jogam bonito com a camisola da solidariedade!
2 de novembro de 2006
Pedir emprestadas as palavras á poesia
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuido pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade
3 de outubro de 2006
Semear Responsabilidade Social: o casamento do design com a tecnologia
Houve um tempo que (quase) desacreditei no papel do design na melhoria da qualidade de vida dos humanos e do planeta. Cheguei mesmo a duvidar que pudesse haver alguma coisa de verdadeiramente responsável no ser designer. No entanto, nos dos últimos ano tenho dedicado alguma atenção ao que vai fazendo neste "mundo do design", em com foco no design sustentável, em particular na área da responsabilidade social.
Quando encontro exemplos como este, do projecto "One Laptop per Child" retomo a esperança de o design aliado á consciência, usando a tecnologia, pode ter um papel importante na busca de soluções sustentáveis para o desenvolvimento humano e em harmonia com a Terra.
O projecto 2B1, que tem como mentor Nicolas Negroponte, um conhecido "guru" da inovação do MIT, é um modelo de laptop para crianças, é "uma poderosa ferramenta de aprendizagem criada especialmente para as crianças mais pobres que vivem nos lugares mais remotos".
Desenhado por especialistas de várias áreas de competência, conjugando vários talentos extraordinários e a experiência colectiva em todos os aspectos deste projecto, de carácter humanitário e sem fins lucrativos, este é um exemplo para o mundo e merece ser divulgado, apoiado e estimulado.
Procurando desta forma novas soluções de sustentabilidade, casando várias áreas do saber e do conhecimento humano, posso retonar aquela parte de designer em mim que vive a vida com esperança.
Sentido de Comunidade
Partilho a imensa alegria e gratidão pela sabedoria que me foi revelada, nas palavras simples que me trazem um sentido renovado do que é semear comunidade.
"O verdadeiro sentido de comunidade vem do compromisso. Se queremos estar num circulo, é importante que assumamos a nossa responsabilidade por isso. Assumamos a nossa parte, participando com algo de nosso, de cada um de nós, algo com que possamos contribuir para o circulo e para a comunidade."
26 de setembro de 2006
25 de setembro de 2006
Semeando inspiração...
A coragem contém genealidade, poder e magia. Começa-o já."
Goethe
14 de setembro de 2006
Amor&Talento / Love&Talent
Brands: "The Family" and they're Publishing house
The Brunhn Family uma combinação de "amor e talento". São projectos assim que me inspiram e me fazem acreditar que um outro modo de vida é possível. Vá lá, façam uma visita a esta família!!!
The Brunhn Family "a fine combination of love and talent". This is the kind of inspiration who makes me believe that another way of life is possible. Visit this family!!!
Nuclear, Não Obrigado!
Campanha online, "combatendo" o regresso do poder nuclear, que tem como objectivo recolher um milhão de assinaturas contra o poder nuclear na Europa. Para saber mais, visite o site e subscreva a petição.
"In order to fight the comeback of nuclear power, we aim to collect one million signatures against nuclear power in Europe. Help us to reach this one million: by signing the petition(...), by spreading the word and by collecting signatures from friends and colleagues!"
Sabedoria ancestral
Escutando a sabedoria milenar do Oriente poderemos aprender a comunicar melhor, nas nossas relações, no nosso trabalho, na nossa comunidade.
11 de setembro de 2006
O essencial...
Sérgio Godinho
Esta é a minha forma de agradecer a um Amigo muito especial
que acaba de deixar estar dimensão da matéria.
Que encontres a paz e a Luz, nesta nova etapa da tua vida.
Obrigado por tudo o que me ensinaste, por me teres dado
a ver as minhas asas de criatividade.
27 de julho de 2006
Paz para o Médio-Oriente
We call out to all our friends in the world, may they be Israelis, Palestinians, US-Americans, Europeans: Let us understand the matrix of war and end it. We turn to our own society first and recognize how it is a part of this war: Whether by direct violence, whether by suppression of the truth and one-sidedness, whether by weapon supply or by indifference. Let us recognize the military regime and the matrix of war, inform others about it and stop it wherever we can.
Let us recognize the matrix of life on the other side. It is always there.
There is another possibility than violence in every situation."
Excerto do texto de:
Leila Dregger "Overcoming the Matrix of War in the Middle East"
****
para ler mais clique aqui, ou visite os sites:
http://www.igf-online.org
http://www.prvme.org
http://www.tamera.org
7 de julho de 2006
Viver não dói(*)
(Carlos Drummond de Andrade)
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido
ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente connosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
(*) Agradeço à minha querida amiga Cristina Baptista que me "abeençou" hoje com este poema.
Obrigado pela partilha, que agora estendo a todos os que lêem este blog :)
4 de julho de 2006
M&M - Momentos Memoráveis
As nossas vidas estão recheadas de acontecimentos a que não costumamos dar importância. Costumamos chamar-lhes de acasos ou coincidências. Esquecemos que a cada instante, se soubermos estar sintonizados, aquilo que se "manifesta" nas nossas vidas, no presente, pode ser e é algo de maravilhoso (sincronicidade). Mesmo nos momentos em que somos colocados à prova, que nos trazem e causam sofrimento, podemos sempre aproveitar essas oportunidades para, para aprender e continuarmos a Evoluir.
A cada instante somos convidados a valorizar e a celebrar a magia da vida, a consagrar o sentido de 'maravilhamento' com aquilo que nos vai acontecendo.
Apetece-me 'baptizar' esses momentos como os "M&M da Criatividade" das nossas vidas.
O meu desejo é que tenham muitos "M&M+C", que estes vos maravilhem... e que os partilhem!
30 de junho de 2006
Universidade de Verão em Tamera
"Teoria da Cura Global"
A Universidade de Verão 2006, será uma excelente oportunidade para saber mais sobre o primeiro semestre do Projecto "Monte Cerro"*, com palestras e eventos de vários pesquisadores e participantes do projecto, decorrerá de 31 de Julho a 10 de Agosto.
Este evento, será palco de partilha de alguns métodos desenvolvidos em dinâmicas sociais, configuração de comunidades e metodologias resultantes de 25 anos de pesquisa.
Irá reunir aspectos de trabalho pela paz em todo o Mundo, incluindo Israel/Palestina, Colômbia e Índia.
Mais informações e inscrições: http://www.tamera.org/portugues/index.html
*Brand/Communication design by Alexandre Pereira
29 de junho de 2006
Despedida "sem-espinhas"!
Hoje foi um almoço especial. Uma das pessoas mais interessantes que conheci este ano, vai mudar de empresa. É(ra) o project manager, da empresa onde sou consultor e director criativo - Patrick Van Der Valk. A vida ofereceu-me o enorme privilégio de ter convivido e trabalhado de perto, com este holandês "quarentão", que fez parte do seu percurso estudando e trabalhando nos países mais ricos do mundo do norte da América, o Canadá e os USA. Durante estes últimos quase nove meses, (o tempo de gestação de uma vida humana), curiosamente consegui aprender e partilhar coisas interessantissimas vindas deste homem, com um pensamento 'ocidentalizado' mas muito capaz de escutar um criativo 'caótico' e 'meio-louco' como eu.
Muitas foram as ocasiões em que, juntos, partilhamos ideias, sonhos, projectos, e muitas outras ficaram apenas na vontade de um dia prosseguir em frente... Hoje tivemos o nosso último momento de partilha criativa, durante um almoço de suhi, que nos foi generosamente oferecido pela nossa "boss", num dos melhores restaurantes do género em Lisboa - o Assuka.
Este foi o resultado de mais um e o último dos "brain farts" que tivemos juntos.
Não quero saber se no mainstream das empresas de comunicação e publicidade, as pessoas acham "lamechas" este tipo de elogios, se acham bem ou acham mal! Do fundo do coração, porque é o meu lado mais humano, o melhor de mim que quer expressar aqui e agora essa gratidão:
OBRIGADO por existes Patrick, e por teres contribuido para tornar possível este momento da minha vida, em mais um Momento Memorável. Quem sabe se um destes dias nos encontraremos para almoçar ou jantar no "sem-espinhas"!
28 de junho de 2006
Poema...
Pormenor - "Monstro dos Mil Olhos", Papagaio,
desenho de Rita Silva e Alexandre Pereira
Termino o dia sentindo o vazio do Oceano
preenchendo a Terra gretada pelo vento da ausência
Navego nas luzes desfocadas da estação,
profundo túnel de comboio da incerteza
Espero-te aqui, neste palco da espera
para que te encontre mais logo abrindo-me a porta
com um sorriso perfumado de luar
A minha ânsia é como Geronte:
encrespada de olhos que desejam ver,
fechados pelas núvens carregadas de sal
Mil e um globos vítrios,
que ainda não te conseguem vislumbrar
A porta do meu tesouro
está trancada pela aguda melancolia
Peço aos Céus que tragam a luz da sabedoria
para que veja com estes mil que a Terra
há-de transformar em mil campos plenos
de perfumes dourados, e mantos fartos
para que os amantes se encontrem no lago
dos olhos que os querem ver
Mais de mil para outros tantos corações
Alexandre Pereira, Lisboa
26 de junho de 2006
Um Festival de Sonhos...
6º Festival Internacional de Papagaios,
este último fim-de-semana, em Alcochete
21 de junho de 2006
Celebrar o Verão!
Primeiro dia do verão (Solstício do Verão).
O Solstício do Verão (ou Meio do Verão, Alban Hefin ou Litha), também conhecido como de "Dia de São João", marca o dia mais longo do ano, quando o Sol está no seu zénite.
Para os Místicos e os Pagãos, esse dia sagrado simboliza o poder do sol, que marca um importante ponto decisivo da Grande Roda Solar do Ano, pois, após o Solstício do Verão, os dias tornam-se visivelmente mais curtos.
in, Circulo Sagrado
20 de junho de 2006
Amit Goswami em Portugal!
O mundialmente (re)conhecido físico Indiano, ligado à física quântica, estará em Portugal a convite da Unipaz.
Na sua vinda, prevista para Setembro nos dias 23 e 24, dará um seminário - "O universo é auto-consciente através de nós", aberto a todos aqueles que queiram participar mediante inscrição prévia, até 5 de Setembro. Para fazer pedidos de informação, e/ou inscrição, queiram contactar a Unipaz Portugal através de mail: unipaz@sapo.pt, ou pelos telefones 93 384 28 15 e fixo 21 015 73 00 (excepto durante o mês de Agosto).
Amit Goswami é físico, doutorado em física quântica, nascido na Índia, filho de um guru hinduísta. Pesquisador e professor titular da Universidade de Física de Oregon, nos Estados Unidos da América, e também conhecido por ter publicado o polémico livro A Física da Alma. Alia o seu trabalho ao conhecimento de tradições místicas com exploração científica, procurando unificar a espiritualidade e a física quântica. Tal livro rendeu o filme chamado Quem somos nós? (What The Bleep Do We Know? em inglês) e que se tornou um sucesso de bilheteira nos Estados Unidos.
É também autor de outros livros conhecidos como A Janela Visionária e O Universo Autoconsciente.
19 de junho de 2006
Jogar com a Camisola da... Terra
Não consegui conter esta vontade inexplicável escrever o que sinto cá dentro. O insight é demasiado forte, precisa de ser expresso, registado, e partilhado. Não posso adiar o que está passar por aqui “não posso adiar o Amor, não posso adiar o coração…” como escreveu o poeta Ramos Rosa.
Por estes dias a febre da competição Mundial de vários países embandeirados, rola em campos relvados, num jogo a que se deu o nome de futebol. Em nome das Nações, homens de várias origens, de vários cantos do planeta, de muitas línguas diferentes, de multiplos talentos, estão disputando num terreno rectangular vários jogos, alguns em simultâneo. Consigo, milhões de humanos vibram no encalço dos seus sonhos. Centenas de Marcas mundialmente conhecidas apoiam e suportam todo esse movimento, empenhando recursos, pessoas, meios quase infinitos para aparecerem com o seu melhor, em prol da competição, também elas a competir por mais lucro. Nações inteiras degladiam-se, dentro e fora do campo, nuns casos mais serenos que outros. Os Nacionalismos renascem, fervilham e entoam nos seus cânticos aos seus representantes Odes de louvor. Alguns são bem preocupantes, recuando na história do ódio, da destruição e da violência do que há de pior e também de melhor no ser-humano… outros mais saudáveis, procuram estimular a auto-estima e a alegria do seu povo.
No país em que nasci, estes “heróis” são liderados por um outro “heroi” medalhado por outro país – o Brasil. O país onde ainda vivo, foi quem deu a lingua ao Brasil. Este homem, Luis Filipe Scolari, pede no meu país para que levantemos o nosso “orgulho” nacional, de sermos portugueses, e que afirmemos esse orgulho, demonstrando em todos os lugares os símbolos que representam essa Nacionalidade, principalmente nas cores, nas bandeiras, nos brasões. Tudo simbolos da unidade nacional do Estado.
Na minha consciência já me é dificil fazer caber tamanho geo-sentimento. Na bandeira do meu coração, cabe todo o planeta Terra. Esse planeta azul que amo mais que tudo, e que mais do que nunca pede a unidade dos humanos para defender a sua existência. Para que possamos juntos como espécie abençoada, cuidar de amar todos os outros seres sensíveis que habitam a Gaia, para que saibamos nutrir o coração da mãe natureza, levantando bem alto a bandeira da sustentabilidade.
Então qual é a ideia?
Organizar um jogo, (de preferência ainda durante este Mundial de futebol), convidando pessoas de todas as idades, género, cor, religião, ideias, filosofias, etc, para celebrarem (em vez de disputarem) num jogo, que tem o futebol por argumento, mas que vai mais longe; em vez de competição, joguemos pela cooperação, em vez de representantes/selecções de paises, joguemos todos para um Bem Comum – defender a sustentabilidade do planeta Terra.
Este não é um jogo de futebol convencional! Neste jogo não há vencedores e vencidos. Este é um jogo de ganha-ganha. Neste jogo não há árbitos, porque prevaleçe a confiança, a lealdade. Neste jogo a verdade de cada um é respeitada e a verdade do grupo sai enriquecida. Neste jogo, joga-se para ajudar a outra equipa. Celebra-se os golos da outra equipa e abraçam-se aqueles que se magoam.
Neste jogo não há faltas, penaltis, cartões amarelos ou vermelhos. Paramos o jogo quando alguém se magoa num lance mais animado, e cuidamos de saber se está bem. Sempre que um jogador quiser demonstrar afecto por outro jogador, pode mostrar-lhe um cartão verde, da energia do coração e dar-lhe um abraço.
Neste jogo, os conflitos são resolvidos de forma pacífica.
Neste jogo não existe a posição de defesa, médio, avançado, etc. Os jogadores jogam na posição do ambiente, espiritualidade, sustentabilidade, solidariedade, etc.
Neste jogo existe apenas uma equipa de apoio para todos os jogadores (médico, massagista, treinador, etc), pois acredita-se no valor da partilha.
Como pode funcionar:
O jogo tem a mesma duração de um jogo de futebol “normal”. Joga-se em duas partes de 45 minutos cada, com um intervalo de 15 minutos. No entanto, podem ser feitos outros intervalos, na primeira e na segunda parte, de 3 minutos cada.
O jogo começa com um circulo, reunindo os jogadores das duas equipas, intercalando um de cada equipa. Neste circulo fazemos um meditação todos juntos, pondo na energia do jogo, a sustentabilidade do planeta, num propósito de paz, de cura, de defesa do ambiente, de liberdade, fraternidade, solidariedade, compaixão…
Depois cada jogador abraça todos os jogadores da outra equipa. O jogo começa, com o som que marca o inicio do jogo, tendo sido escolhido previamente o jogador que o dará.
Joga-se com as regras “gerais” do futebol; não existem foras de jogo – a lealdade deve ser sempre a primeira regra. Os golos são celebrados por todos.
No final, os jogadores voltam ao centro do terreno, e em circulo agradecem pela partilha, dedicando o jogo à cura do Planeta Terra.
Por fim, realiza-se uma celebração com todos os presentes, jogadores, o banco, a bancada...
Equipamentos, bandeiras, etc:
As equipas jogam com os mesmo simbolo – o planeta Terra, mas com duas cores diferentes (para facilitar a identificação no campo de jogo). Num lado joga a equipa branca, noutra a equipa azul escuro.
As bandeiras de apoio, são brancas ou azul escuro de fundo, com o planeta Terra ao centro.
Suportes de comunicação, para o jogo poderão ser disponibilizados posteriormente (o design já está feito!).
Esta ideia pode ser recreada em vários cantos do Mundo em simultâneo! Se acredita naquilo que acabou de ler, espalhe esta ideia. O "meu" sonho é jogarmos no mesmo dia, vários jogos em simultâneo, com esta mesma energia ligada a nível mundial!!!
18 de junho de 2006
Visão holística do projecto semear*criatividade
Modelo inspirado na Roda da Vida, Formação Holística de Base, Unipaz
Uma visão do paradigma holístico, assente na não-separatividade e integrador do princípio do terceiro incluido. A consciência pessoal está em conexão recíproca com as consciências social e e universal. A paz nasce da harmonia entre o indivíduo a comunidade e a natureza. Nesse caminho de desenvolvimento da consciência nasce ao centro uma outra visão resultante das acções informadas por cada uma das partes e do Todo. O ciclo dinâmico da criatividade nutre e alimenta o fruto que nasce no centro e que é também fonte de energia transformadora para a matéria.
O centro de cada pétala é um Ser, a parte e o Todo ao mesmo tempo, em vibração cromática, cada chakra em equilíbrio. Centro para sentir o coração, balanço entre a razão e a emoção, lugar para o "humano como projecto em construção" (R. Crema).
1 de maio de 2006
Design para um mundo sustentável
Assim, desse modelo de sociedades humanas, vivendo em comunidade, com estruturas sustentáveis e ambientalmente viáveis, chegaram aos dias de hoje apenas algumas delas. Nas últimas décadas são conhecidas inúmeras Comunidades Indígenas destruidas ou que têm visto as suas culturas e modos de vida ameaçados.
©Alexandre Pereira. Encontro Vida Verde 2005
Para que a humanidade possa prosseguir na sua caminhada evolutiva e com o seu desenvolvimento, é imperativo que seja renovado o seu compromisso para com o planeta, vivendo como parte deste e entendendo o desenvolvimento e o crescimento como processos que podem (e devem) ser sustentáveis, sem o recurso à exploração dos recursos naturais, como a água, os minerais (o petróleo é só o aspecto mais visível) levados a níveis impraticáveis.
'Bolle box', Andreas Möller (esq.); Favela, Humberto
e Fernando Campanas (dir.)
Fundamental para que isso aconteça é a educação e a sensibilização, caminhando do paradigma da separatividade, para outra abordagem; não só na teoria mas também na prática - o paradigma holístico - que coloque de novo o homem na (sua) natureza; uma educação que redefina o papel da tecnologia em relação ao ambiente, que reconheça a interdependência entre o todo e a parte. Este caminho percorre-se com uma visão orientada para um desenvolvimento sustentável, a nível local e regional, com ressonância a nível global, no mundo e no universo. Hoje mais do que nunca a humanidade tem o conhecimento, a sabedoria, a começa a ter a expriência trazida, entre outros, pelo movimento das ecovilas, que lhe permite pôr em acção esta visão.
Como Ser Sustentável?
Os Princípios de Hannover (Expo Hannover 2000), são no meu entender, de entre os muitos documentos publicados sobre sustentabilidade, um dos que lançaram as sementes para uma nova filosofia de design, integrando natureza, humanidade e tecnologia. Estes, inspiram uma abordagem ao design que vai de encontro das reais necessidades e aspirações do presente sem comprometer a possibilidade de o planeta ser sustentável e igualmente capaz de suportar o futuro (por mais sete gerações).
O conceito de sustentabilidade foi introduzido para combinar a atenção com o bem-estar do planeta Terra com o continuo crescimento do desenvolvimento humano. Esta visão inicial, estaria imcompleta, sem intergrarmos outras visões. O meu contributo parte, de uma perspectiva holística.
Na verdade os sistemas na natureza já são capazes de se tornar sustentáveis (á milhões de anos que é assim). Segundo a definição da Comissão Mundial de Ambiente e Desenvolvimento
“encontrar a satisfação das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades.” No entanto, esta é uma definição ainda limitada por um ponto de vista humano. A abordagem holística, procura incluir a ideia de uma ecologia global, o que significa que quando falamos de satisfação das necessidades presentes e das gerações futuras, estamos a considerar todos os aspectos e elementos da natureza - humano, animal, vegetal, energético - que vivem uma relação de interdependência.
De que design falamos?
Poderia encontar milhares de referências a sobre design, para falar de várias aboradagens, definições, teorias, correntes de pensamento, para me aproximar de uma 'explicação' possível de design. Mas esse não é o propósito deste tema. O que se procura aqui é encontrar uma 'definição' que seja inclusiva de várias perspectivas, procurando através de uma visão transdisciplinar, encontrar uma outra direcção, um outro caminho, que nos oriente para a evolução para um outro plano de realidade.
Assim, com este enquadramento prévio, direi que o design implica a concepção, realização e a satisfação das necessidades e desejos humanos. O design procurou desde que é conhecido como tal, satisfazer essas necessidades humanas, procurando responder da melhor forma, com as soluções mais adequadas, aos problemas colocados. Não será excessivo dizer mesmo, que de alguma forma o design é um caminho de busca de uma certa forma de felicidade.
Guelas, Elder Monteiro
Neste contexto, surgem os 'humanos' que se dedicam ao estudo e a várias especializações nesta área - designers - e que têm procurado desempenhar esse papel, nalguns casos mais pragmático, noutros visionário, procurando resolver e enquadrar esses problemas, criando toda uma nova corrente de pensamento, de cultura de projecto, com ligações aos mais diversos campos do Saber: psicologia, sociologia, filosofia, estética, arte, comunicação, ciência, religião, etc. Segundo Buckminster Fuller, "o designer é uma síntese de artista, inventor, mecânico, economista objectivo e estratega evolucionista". Esta é uma abordagem visionária, precursora de uma visão holista, que abriu caminho para as gerações futuras, no presente, seguirem os seus passos.
Assim sendo, poderei dizer com toda a tranquilidade, que, 'designers' são todos aqueles que de alguma forma, pela sua acção, modificam o ambiente através da inspiração e da criatividade humanas em relação com a natureza.
Por um design sustentável
Tendo por base estas duas abordagens, muito simples, da sustentabilidade e do design, podemos então, entender de forma mais clara o que pode ser designado por design sustentável. Este está necessariamente orientado para a atenção (awareness) a curto, médio e longo prazo. Coloca o enfoque dessa atenção, não apenas nos resultados, mas também nas consequências de qualquer transformação que se opere no meio ambiente. O design sustentável envolve aspectos como a concepção e a realização de uma expressão humana responsável e ambientalmente sensível, como parte envolvida na matriz da natureza do universo.
As sociedades humanas necessitam de aspirar a uma integração dos elementos material com o ambiental e o espiritual. As tecnologias actuais, assim como os processos e significados tendem a separar estes aspectos, em vez de os integrarem. A natureza usa a energia solar para criar sistemas interdependentes, cuja complexidade e diversidade implicam que sejam sustentáveis.
Por contraste, as sociedades altamente industrializadas extraem energia directamente dos sistemas, o que contribui para a redução dessa mesma complexidade, essencial para a biodiversidade, e para a sustentabilidade do planeta, logo da própria humanidade.
Construção em tela, corda e pedras. Workshop por Martin da Comunidade de Tamera, no Encontro Vida Verde (esq.). Construção usando diferentes técnicas, terra, palha e madeira na ecovila de Tamera (dir.)
Um dos grandes desafios para a humanidade é o desenvolvimento de processos de design que nos permitam, mantermos conectados com o contexto da natureza. Praticamente todas as fases do design, dos processos de fabrico, à construção devem ser reequacionados. O sistema de pensamento assente no paradigma da separatividade, os sistemas de pensamento linear ou os programas de curto-prazo, que justificam a ignorância, a indiferença ou a arrogância não serão, ainda assim, suficentes para destruir o futuro de uma interacção harmoniosa entre o humano e a natureza.
Teremos para isso que empregar o todo o conhecimento actual, em parceira com a sabedoria ancestral, a experiência e vivência humanas, num movimento que resulte num esforço conjunto para conceber e realizar uma transformação de consciência humana, que cuide e mantenha
o planeta Terra.
O espírito dos Princípios de Hannover, foram resultado de vários contributos,das mais variadas comunidades científica, e espiritual, das áreas do design ao ambiente passando pela filosofia. Espera-se que possam evoluir e adaptar-se às preocupações levantadas pelas diferentes culturas, países e todos os Seres sensíveis do planeta Terra, para que assim possamos todos encontrar o caminho que assegure a construção de um futuro em que não esteja comprometida a sobrevivência do planeta Terra.
Que todos façamos o nosso papel, sendo para isso, é preciso imaginar e encorajar a construção no presente de um futuro sustentável.
*Texto de apoio à Oficina/workshop sobre Design Sustentável
Encontro Vida Verde, Odemira, 28 Agosto 2005