27 de fevereiro de 2009

Imigrantes...na Galiza, em Portugal e no Mundo


Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, Cantar de Emigração, José Afonso

26 de fevereiro de 2009

"Anxos" e "Demónios" nas Eleições Galegas 2009



Como emigrante na Galiza, no próximo dia 1 de Março, não poderei votar. Apesar de viver aqui á já mais de um ano e cumprir com todos os deveres que um normal cidadão cumpre para com o estado espanhol, não terei o direito de voto. Ao contrário, os netos de galegos imigrados na Argentina, como em quase todo o mundo, poderão fazê-lo, apesar de não saberem sequer onde fica a capital da Galiza. É neste contexto, em que decorrem as actuais eleições autonómicas em Espanha que eu me enquadro. Devo dizer que aqui me sinto acolhido como em casa. Sinto-me em casa. Em muitos aspectos, tanto no plano dos serviços sociais, como da administração pública, tenho que dizer que o seu funcionamento é exemplar (á luz do que se passa no meu país). Posso usufrir de todos os direitos a que, um cidadão espanhol ou galego, aspira.
Nestas eleições, não podendo exercer o único direito básico da democracia representativa, posso (ainda) exercer da democracia participativa, que é precisamente o que estou fazendo - escrever o que penso neste blog. Por isso rompi o longo silêncio destas ruidosas semanas de pré e pro-campanha eleitoral para falar dos "Anxos" e dos "Demónios" que por aqui se apresentam.
Não sou, por natureza uma pessoa apologista dos nacionalismos. Os nacionalismos que temos neste momento a emergir e nalguns casos, em destacados lugares de poder de vários governos europeus, são um retrocesso muito perigoso ao terrorífico e negro passado da história europeia. Partidos neo-nazis, de extrema-direita, xenófobos, tem representação nas mais altas esferas dos vários orgãos da União Europeia. São um forte bloco, unido, activo e nalguns preocupantes casos, com grande poder de influência. Assim foi como Hitler chegou ao poder e quase que reinou a Europa inteira, com o aterrador holocasto que destruiu milhões de vidas humanas...
Quando aqui cheguei, naturalmente a minha preocupação era pelo facto de haver um partido nacionalista no poder. Por total ignorância, desconhecia por completo as suas bases históricas e fundacionais. Desconhecia por completo a realidade galega. O seu programa, as suas ideias, os seus projectos e a sua acção no governo. Não é que hoje possa falar com mais circusntância que há um ano atrás. Posso falar da vivência directa e da experiência directa. Este é um nacionalismo de raiz destinta dos demais. O nacionalismo do BNG, como o vejo de fora, é um nacionalismo internacionalista, digamos. É solidário com os povos palestina, Sarauhi, como nós portugueses fomos com o povo de Timor. Teria em Portugal como referência o Bloco de Esquerda. Um movimento de movimentos, um conjunto de várias tendências, que se alinham, desde os mais alternativos - ligados ao Forum Social Mundial, até aos mais centristas, como Anxo Quintana, que buscam o consenso com os Socialistas Galegos do PSdG, partido maioritário no governo de bipartido que governou na actual legislatura.
Como observador interessado, direi que no conjunto e sem ter uma comparação vivenciada, este parece-me ser um bom exemplo de governo: um governo de minoria, onde a negociação é fundamental, onde as políticas são consensuadas e tem que buscar estar acima das visões monopartidárias, típicas dos sistemas maioritários. Um governo em que cada partido tem que prestar contas pelo seu ministério, e simultaneamente ser solidário com as políticas do governo no seu todo. Um governo com uma política social ampla, participativa e dirigida para os interesses dos cidadãos (da Galiza, em particular); que aposta no ambiente, na habitação "socializada", no meio ambiente e no desenvolvimento sustentável. Um governo que tem na inovação uma forte aposta, e que tem feito elevados investimentos nessa área (A Galiza é uma das regiões que mais se desenvolveu nos últimos anos na inovação).
Dizendo de esta forma, poderia ser fácil de concluir quem são os "anjos" e quem são os "demónios" - os outros: os do PP e eventualmente alguns do PSdG, que está "algemado" ás políticas macro-económicas do PSOE e do governo central (e o PP da oposição central).
Esta realidade não é assim tão simples. Direi já, para que não fiquem dúvidas, que se pudesse, votaria BNG. Ainda que nem só de "Anxos" vivam os nacionalistas... também eles tem, como todos, os seus "demónios"... Mas uns tem mais "demónios" que outros. Para mim o maior de todos os "demónios" do PP é a sua política para a imigração. Na pior linha dos nacionalismos xenófobos da extrema-direita europeia. Com isso não posso pactuar.
Também o PSdG tem os seus "demónios", pela sua subjugação aos interesses macro-nacionais da grande Espanha, que o amarram, sem que possa ter uma visão mais local, e que eventalmente, alguns dos seus 'anjos' desejariam poder desenvolver.
No momento actual tudo pode acontecer. Qualquer das forças em combate pode vencer esta batalha. Termino deixando o apelo: entre "Anxos" e "Demónios" que venham os que podem usar do seu direito de voto e que, em consciência, votem - por nós imigrantes que não o podemos fazer.

18 de fevereiro de 2009

O mais belo tema sobre a Mudança



Sendo um dos mais belos projectos musicais portugueses dos últimos anos, que reúne grandes figuras da música pop lusitana - Humanos - este é sem dúvida, para mim, um verdadeiro hino á Mudança. Diz-nos neste magnifíco poema, António Variações - um grande visionário da música pop dos anos 80 - que estamos sempre a tempo de mudar.
Quando vemos na mudança uma oportunidade de crescer, essa mudança é um maravilhoso convite para evoluirmos. Assim podemos, como no poema, ver a vida não como um castigo que temos que viver, mas sim como uma caminhada prazeirosa na senda da transformação.

17 de fevereiro de 2009

"Crise" e Humor



John Bird y John Fortune são dois stand-up comedians ingleses 'especialistas' em humor político. Pois esta dupla de humoristas britânicos (conhecidos por “The Long Johns”) realizaram uma paródia televisiva na que um deles (jornalista) entrevista a George Parr, um fictício agente de investimentos. O vídeo está circulando á algum tempo na net, (...) é uma das mais bem humoradas explicações sobre o momento actual...

Texto baseado no post original em castelhano publicado no blog:
http://www.maikelnai.es

16 de fevereiro de 2009

Ano Europeu da Criatividade e Inovação

Já era tempo de dedicar algumas linhas a este tema. No momento presente, em que tudo 'aparenta' não ter saida para o que estamos a viver, na sociedade, nas nossas vidas, no planeta, existem iniciativas que são mais do que desejáveis: são imprescindíveis!
Neste contexto, "O Ano Europeu da Criatividade", é uma dessas iniciativas da UE que merece ser divulgada e apoiada. A Europa e o mundo precisam da criatividade para transformar o que não funciona, e lançar novas ideias, sustentáveis e que valorizem o capital criativo humano, para encontrar novos caminhos, para um mundo melhor e mais justo.

11 de fevereiro de 2009

LIBERDADE.





Contribuindo para eliminar o sofrimento e as causas do sofrimento, e contribuindo para a felicidade e as causas da felicidade de todos os seres sensíveis. Uma visão, uma missão, valores e acção espelhadas num simbolo, numa imagem de coerência e entrega ás causas que verdadeiramente importam para um Mundo melhor. Que assim seja.

Sobreviré!



"At first I was afraid I was petrified
Kept thinkin' I could never live without you by my side;
But then I spent so many nights
Thinkin' how you did me wrong
And I grew strong
And so you're back from outer space
I just walked in to find you here with that sad look upon your face
I should have changed that stupid lock
I should have made you leave your key
If I'd've known for just one second you'd back to bother me
Go on now, go walk out the door
Just turn around now
('cause) you're not welcome anymore
Weren't you the one who tried to hurt me with goodbye
Did I crumble
Did you think I'd lay down and die?
Oh no, not.I. I will survive
Oh as long as I know how to love I know I'll stay alive;
I've got all my life to live,
I've got all my love to give and I'll survive,
I will survive. Hey hey.
It took all the strength I had not to fall apart
Kept trying' hard to mend the pieces of my broken heart,
And I spent oh so many nights
Just feeling sorry for myself. I used to cry
But now I hold my head up high
And you see me somebody new
I'm not that chained up little person still in love with you,
And so you feel like droppin' in
And just expect me to be free,
Now I'm savin' all my lovin' for someone who's lovin' me
Go on now.. etc.
"

I Will Survive, Gloria Gaynor


Ao principio, como na canção, eu tive medo, fiquei paralisado, mas sobrevivi. Foi assim o meu primeiro ano aqui na Galiza. Uma terra nova, e tão antiga como a cultura e o país de onde venho. Vim buscando uma nova vida; mas uma vida nova é algo que não surge pela simples mudança de lugar. Aliás a mudança que buscava, já á muito, não tinha que ver com o lugar onde vivia, mas comigo mesmo.
Sempre que escuto esta música, com a qual vivi até hoje grande parte desta minha vida, recordo como tem sido o caminho percorrido. Foi interessante ter tomado consciência, que ela "aparece" sempre em situações em que me esqueço tudo o que é verdadeiramente importante.
Foi á mais de dois anos que, num seminário com um grande sábio, terapeuta e xamã, escutei uma vez mais esta música. Aí relembrei-me de novo que, que apesar de tudo, tinha todas as ferramentas que necessitava para (sobre)viver. Para lá de todas as contrariedades, de todas as fronteiras e barreiras com que me tinha deparado até então, eu simplesmente sobreviveria.
Agora que volto a escutar a voz de Gloria Gaynor, recordo-me das manhãs de Sábado em minha casa, em que o meu pai punha no gira-discos este vinil. Lembro-me do som que enchia a casa inteira, e da vibração pontente e confiante daquela voz negra, americana, de que então conhecia apenas o som. Mais tarde aprendi a reconhecer as palavras e o idioma em que era cantada. Reencontreia em séries de TV, em filmes, em festas e em discotecas... foi ainda ontem.

Hoje escuto por todos os lados, ecos e vozes, que nos cansam com tanto repetir: a CRISE.
Quase que cedo a entrar na onda e a aderir á CRISE. Quase que assumo a CRISE. Quase que sou a CRISE... fico observando o fluxo de entoxicação informativa sobre a CRISE.
CRISE. CRISE e mais CRISE!!!
Recordo agora o pensamento de um grande terapeuta holístico e actual reitor da Unipaz, Roberto Crema, sobre a CRISE. Ele ensimou-me a ver na CRISE uma oportunidade: a oportunidade da crisálida se transformar em borboleta. Pois quando escuto esta música, recordo para mim, e para o mundo, que aconteça o que acontecer, "sobrevivé!", pois esse é o meu processo.
Assim que recomendo, a todos aqueles que estão no caminho de mudança, que recordem para si mesmos que, aconteça o que acontecer, sobreviverão!
Não só possível como é o caminho para transformar o nosso mundo num mundo melhor. Para lá de todas as CRISES.