30 de novembro de 2007
A 'culpa' é... do Petróleo!
Começo já por dizer que não acredito no conceito 'judaico-cristão' de culpa. Mas vem isto a propósito de um personagem que anda a infernizar a vida a muita gente (a mesmo, mesmo, mesmo muita gente!!!).
Pois ouvia hoje nas notícias, numa rúbrica sobre economia, que a tal da 'culpa' da crise, é do custo do petróleo. Pois... já não é de agora, este hábito (não apenas português) de atirar as culpas para cima dos outros, neste caso do Sr. Petróleo. Então a culpa da situação em que se encontram milhões de seres humanos, que passam fome, que não tem acesso aos mais elementares meios básicos de sobrevivência é desse Sr. Petróleo? Bom, se é, ou não, já lá irei; não antes de tentar entender quem é esse fulano que nos anda a trocar as voltas todas, a dar cabo do nosso querido planeta, a promover guerras, disputas de terra, conflitos locais, regionais e mundiais. Se esse indívuo é o responsável pela subida dos preços dos mais elementares bens de primeira necessidade (pão, leite, arroz, legumes, e por aí fora...) então o que estão à espera? Deixá-lo á solta? Se esse crápula é o responsável pelo défice dos países pobres (e agora também, pelos vistos, dos ricos), pela miséria no mundo, o que é que estão à espera para o prender e julgá-lo num tribunal internacional, como responsável pelas misérias do mundo?!
Pois, dizem-me que esse tal do Petróleo, na verdade não é um bem uma pessoa... até tem algumas características bem parecidas com alguns humanos - é preto (o que para mim é talvez o único ponto a favor), cheira mal, deve saber ainda pior, é viscoso, dificil de agarrar com as mãos, mata ou é responsável pela morte, de mais seres no mundo do que uma bomba atómica... mas não é uma pessoa!
Afinal, se o Sr. Petróleo não é uma pessoa, como é podemos 'culpá-lo' pelo desemprego, pela fome, pela miséria, pela situação de catástrofe em muitas regiões do mundo? Pelo sofrimento todo que vemos na rua, pelas guerras que se fazem com o seu nome?
Pois, eu digo que já está na altura de crescermos todos um bocadinho, e deixarmos de sacudir a "água do capote" passando sempre a culpa para 'terceiros'. De uma vez por todas, já é tempo de assumirmos, não a culpa, mas a responsabilidade que temos no mundo; a nossa responsabilidade individual, social e ambiental, para que com a nossa consciência, tomarmos, e apoiarmos as decisões certas. Porque esse é o cerne da questão! Enquanto continuarmos a infantilizar as responsabilidades que nos cabem a todos, e passarmos a culpa, para conceitos abstratos, nunca seremos capazes de semearmos alternativas palpáveis, concretas que nos possam encaminhar para soluções sustentáveis.
Para que cada um, do Sr. Bush, ao Sr. Chaves, passando pelo Sr. Sócrates, por mim, e por você que lê este texto, saibamos como contribuir com verdadeiras alternativas para um desenvolvimento sustentável do planeta, partilhando responsabilidades, dando a cara e o corpo ao manifesto, e deixando de por a culpa no Sr. Petróleo. No minimo que os seus amigos mais descarados, (agora até o Dr. Soares, é amiguinho desse Sr. Petróleo, vá-se lá saber porquê...)
Eu pela minha parte, dou a minha gota de água, tendo deixado de ter carro, á mais de 2 anos. Ainda não deixei por completo o carro, nem seria viável (logo insustentável), mas acredito nos pequenos passos, mais do que nos grandes discursos.
Seria interessante, dar mais ouvidos a outros Srs. mais interessantes, que gostariam de ser mais escutados e apoiados incondicionalmente. Talvez até nos pudessem ajudar a mandar esse Sr. Petróleo ás urtigas: como o Sr. Sol, o Sr. Vento, os Srs. Ocenanos, e tantos outros que por andam por aí preteridos.
Porque, como dizia a minha mãe - se não tivermos 'petroil' não morremos de fome - mas sem o pãozinho, a história é outra e certamente mais complicada.
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