28 de novembro de 2006

Aos sonhadores que nunca desistem!

"Por todo o lado encontrei magníficos sonhadores, homens e mulheres que porfiadamente acreditam nos seus sonhos."
Luis Sepúlvedra, in "O Poder dos Sonhos"


Por vezes sonhamos e encontramos nos sonhos dos "outros" o espelho daquilo que sonhámos.
Neste livro de Sepúlvedra, tenho-me (re)encontrado com esse lado sonhador, idealista, poeta, artista, conspirador e revolucionário (da consciência). Enfim, revi-me de novo nalguns dos mais belos sonhos da minha juventude.
Com os anos, muitos dos nossos sonhos acabam morrendo na praia, outros vão-se mudando para aquela parte da nossa consciência mais distante, aquela parte de nós que se esquece da essência de quem É.
Lembro-me dos muitos sonhos partilhados com companheiros, amigos e colegas de faculdade; artistas, designers, criativos, escritores, fotografos, criadores de mundos imaginários para um outro mundo diferente. Um mundo onde esta familia, esta tribo, esta comunidade, pudesse dar largas ao seu talento, as seus sonhos de um mundo mais belo, mais justo, mais equitativo, mais fraterno, mais livre. Entre tertúlias de amigos, tinhamos sonhos simples, como o de pudermos viver numa sociedade onde fosse possível a felicidade. Nada menos que isso. Onde fosse possível abraçar os nossos filhos a qualquer momento, a qualquer hora do dia, ir de bicicleta para o trabalho, sair de casa e ver o mar, andar com os pés nús no chão, trabalhar por prazer, viver todos os momentos de ócio com plenitude sem culpa nem julgamento.
Estes sonhos, eram sonhos simples, sonhos que não eram mais do que legítimos anseios de liberdade, fraternidade e igualdade. Como Supúlvedra, olho por vezes esse "passado", com alguma nostalgia. Pergunto-me por dentro - onde estão os meus companheiros de então? onde andarão os sonhadores de quem perdi o rasto?
O mais provável é que tenha sido eu a perder-me e não eles. O mais provável é que tenho sido eu a enterrar alguns dos meus mais belos sonhos de juventude. Na verdade, nunca desisti dos grandes sonhos, e já aqui escrevi recentemente sobre isso. Esse sonho maior de querer fazer a revolução da Consciência humana. Acredito hoje, pela minha própria vivência, pelo caminho percorrido, pelos sucessos e pelos fracassos, pelas alegrias e pelas tristezas, que a maior revolução a fazer é dentro e não fora de nós. Enquanto não conseguir mudar o "governo" interno da minha mente, do meu coração, enquanto a liberdade não for plena e inteira dentro de mim, dificilmente poderei partir para a revolução das Consciências do Mundo. Como dizia Ghandi, para que me torne aquilo que quero ver no mundo, tenho que Ser aquilo que quero ser no mundo.
li recentemente um livro extraordinário, de um homem, um ser humano, também ele fascinante - Augusto Curry. O livro chama-se "Nunca Desista dos Seus Sonhos", e foi uma dádiva, tê-lo encontrado na altura certa. Será mesmo provável que tenha sido o livro a "encontrar-me" a mim. O que importa, é que a mensagem contido neste livro teve um papel importante no momento em que o li. Abriu de novo as janelas da minha mente, que se tinham fechado à possiblidade de continuar sonhando.
Quantos de nós nos esquecemos dos nossos mais belos sonhos? Quanto de nós enterrámos sobre escombros de desilusões, de falhanços, de projectos por concretizar, os sonhos que nos fizeram crescer, que nos fizeram acreditar, que nos trouxeram até aqui?
Pois eu retomo a confiança nesses sonhos. Bem sei, que alguns me dirão, que as utopias morreram, que os "amanhãs já não cantam", que devemos resignar-nos ao pragmatismo, que a poesia é uma "lamechice", que o amor já é como na nossa juventude.
Bem sei a conotação que têem esse "amanhãs". Na verdade, é no "hoje" que quero continuar a sonhar, para o presente e não para um futuro que há-de vir. Aqui e agora! Com aqueles que ainda não desistiram, com aqueles que acreditam, que aprendem na queda e que crescem aprendendo com as suas falhas. Com aqueles que se guiam por valores que estão acima do sucesso a todo o custo, sacrificando inclusivé os seus sonhos.
Aos sonhadores que nunca desistem, manifesto a minha profunda admiração e gratidão. Porque sem esses sonhadores, o Mundo seria mais pobre, mais desumano, menos suportável (e também menos sutentável).

3 comentários:

  1. Não podemos desistir de transformar o sonho em realidade :)

    ResponderEliminar
  2. Adorei este texto, muito sincero...Talvez tambem tenha vindo ter comigo na altura certa :) Sera que me esqueci de saber sonhar?

    Abraco.

    ResponderEliminar
  3. Tudo vem ter coonosco, a partir do momento em que nos predispomos a tal. Se podes sonhá-lo podes mesmo alcança-lo, e desde que descobri, algo que sabia desde pequena, que havia um dia de encontrar( sem à partida saber mto bem o que era), que a minha vida tem passado por mudanças significativas, em equilibrio. E foi isso que marcou a diferença nos grandes feitos de grandes homens que mudaram o rumo da Humanidade, porque persisitiram no seu sonho, nas suas convicções, porque já sabiam que o iriam concretizar, só a jornada até lá seria o trilho a desbravar. E foi isso que os fez extraordinários, o pequeno extra que faz de nós "ordinários" em extraordinários, basta quereremos. Coincidência ou não conheci um projecto que nos permite materializar tudo o que aspiramos, em equilibrio, a todos os níveis. O verdadeiro capital solidário, o verdadeiro desenvolvimento pessoal e consolidação de espírito de equipa e de entre-ajuda entre todos, cresces ao ajudares outras pessoas a crescer, a concretizar objectivos com todo o poder de realização de tudo quanto a tua/nossa mente pode conceber. Curiosamente na área da nutrição e do bem estar! A semear Corpos sãos e mentes sãs, a semear motivação pessoal e construção.Para além disso tem toda uma vertente de solidariedade que reverte a favor de crianças desfavorecidas. É verdadeiramente um projecto para a vida. Se ficaste curioso, contacta-me. Eu e o meu marido teremos imenso gosto em apresentar-te o mesmo e conhecer-te pessoalmente para partilharmos estas e outras ideias. Obrigada pelas tuas palavras, e é sem dúvida o poder dos nossos sonhos, a perseverança que nos distingue. Filipa Henriques ( filipa@guiabemestar.com)

    ResponderEliminar